Crise em companhia paulista agrava tensão entre Lula e o Exército

Por Roberto Lopes 23/12/2024 - 17h03min - 1 min de leitura
O Presidente Lula está chegando à metade de seu terceiro mandato sem ter abandonado uma postura crítica em relação aos militares de alta patente do Exército que se deixaram seduzir pelas articulações bolsonaristas de dezembro de 2022, tendentes a deflagrar um movimento insurrecional que objetivava impedi-lo de tomar posse no cargo de primeiro mandatário do país (e, consequentemente, comandante supremo das Forças Armadas).
A recente prisão do general de quatro estrelas da reserva Walter Braga Neto, que se envolveu diretamente na trama golpista, só fez agravar esse clima de desconfiança e tensão.
Dívida
Os militares sentem o embate justamente no momento que precisariam do apoio da área econômica do Governo Federal, para evitar a bancarrota da companhia paulista Avibras, de São José dos Campos, (SP) fabricante de um foguete antitanque que a Força Terrestre quer encomendar para equipar a nova companhia anticarro (anti-tanque) que está sendo preparada pra ir reforçar as posições do Exército na fronteira com a Venezuela.
Além de acumular uma dívida elevada, referente a diferentes encargos não-pagos nos anos de 2010, a Avibras deve dois anos de salários aos seus funcionários, e tenta, agora, sobreviver financeiramente, por meio da venda de seu patrimônio a um comprador estrangeiro, do Oriente Médio ou da Ásia, o que é encarado com cautela e desconforto pelo Exército brasileiro.
A dívida total da Avibras gira em torno dos R$ 600 milhões, sem falar nos diversos aportes de recursos feitos nos últimos anos pela área militar, para que a fábrica não fechasse as portas de vez.
Mas isso não é tudo.
A Avibras também é a fabricante dos famosos blindados lançadores de foguetes Astros II, que constituem um dos principais armamentos das tropas de Artilharia do Brasil, e estão, hoje, concentrados em dois grupos de lançadores sediados no entorno de Brasília.
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