Governo Tarcísio cria tabela própria para o SUS, com valores bem maiores que os pagos por Brasília, e obtém onda de aprovação

Governador Tarcísio de Freitas - Foto: Divulgação.
Jornal De Domingo - Da Reportagem Local 02/09/2023 - 18h53min - 5 min de leitura
Em sua ação de repercussão mais positiva desde o início da gestão, em janeiro deste ano, o Governo Tarcísio de Freitas anunciou, a 28 de agosto último, a entrada em funcionamento, já no início do ano que vem, do chamado SUS paulista: um sistema que vai complementar, com recursos do Tesouro estadual, os pagamentos habitualmente feitos, no âmbito dos hospitais brasileiros, pelo Sistema Único de Saúde (SUS) federal.
O Governo federal não reajusta as remunerações do SUS há 20 anos. Pela nova metodologia, definida pela Secretaria da Saúde de São Paulo, certos procedimentos médicos realizados no estado terão aumentos de até 400%.
Em Brasília, nos bastidores do Ministério da Saúde, já circulam rumores de que não será surpresa se outros estados de melhor saúde financeira – como Santa Catarina, Paraná e Goiás – aproveitarem o exemplo de São Paulo para lançar programas próprio de remuneração pelo SUS, elevando o valor pago a procedimentos médicos.
Em São Paulo, o modelo inovador de pagamentos irá beneficiar 354 hospitais, e, entre eles, várias Santas Casas e entidades filantrópicas.
Além disso, de acordo com estimativas financeiras, o volume de arrecadações do SUS paulista – sustentado por impostos do agronegócio e da indústria de transformação – permitirá a abertura de novos leitos de UTI, bem como a aquisição de equipamentos (camas hospitalares, respiradores, balas de oxigênio, etc.) que vão impactar diretamente – e positivamente – na qualidade do atendimento em território paulista.
Exemplos
Uma cirurgia de apêndice que o SUS remunera, atualmente, com R$ 414,62, será reajustada, pelo novo SUS paulista, para R$ 1.865,19.
A operação de vesícula (colecistectomia) sairá dos atuais 996,34 para R$ 4.483,53. Um parto normal, que vale, hoje, R$ 443,40, passará a ser pago, pelo SUS paulista, com o valor R$ 2.227.
Outro dado importante: o Governo Tarcísio planeja criar, ano que vem, um modelo de loteria, voltado ao financiamento das Santas Casas sediadas no estado.
O território paulista abriga, atualmente, 409 hospitais filantrópicos, que disponibilizam 45.485 leitos gerais, sendo 28.808 destinados a pacientes internados pelo SUS.
Essas entidades também possuem 6.105 leitos de UTI, dos quais 3.648 voltados ao atendimento gratuito, pelo SUS.
Coronavírus
Durante a pandemia do coronavírus, esses locais de internação se revelaram vitais para que São Paulo pudesse enfrentar as consequências da epidemia – que somente até janeiro do ano passado matou 620.091 brasileiros.
A pandemia se consolidou como um dos ataques à Saúde mais graves e difíceis de controlar em toda a História da Medicina no país.
Em 2022, as Santas Casas e hospitais filantrópicos paulistas realizaram cerca de 11,3 milhões de consultas ambulatoriais, 1.248.951 cirurgias ambulatoriais e 634.868 atendimentos em oncologia (especialidade que trata tumores cancerígenos).
Essas instituições também foram responsáveis, ano passado, por 708.197 tratamentos oncológicos, 33.798 cirurgias cardíacas e 5.370 transplantes de órgãos.
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