Catanduva: famílias rezam para ter seu pedaço de terra no ´Santo Antônio´
Jornal De Domingo - Por Ailton Silva - Chefe de redação 05/08/2023 - 20h11min - 7 min de leitura
Com muitas expectativas, fé em Deus e esperança pela Justiça dos Homens, uma parcela das famílias que integram a cooperativa habitacional - Associação Bom Pastor participou, segunda-feira passada (31.7) da reunião na Câmara Municipal de Catanduva.
O convite para estar ali fora feito pela Comissão Especial de Inquérito (CEI), que averigua o único sonho daquela gente: obter um imóvel próprio no loteamento ´Retiro Santo Antônio´ do município catanduvense. A CEI busca ajudar as famílias que adquiriram os terrenos e terminaram por se associar para melhor cuidar dos seus interesses.
A sessão do dia 31 foi presidida pelo vereador Mauricio Gouvea, juntamente com o presidente do Legislativo, Marquinhos Ferreira (relator da CEI), e contou com o apoio do vereador Gleison Begalli (membro da Comissão). O servidor da Câmara Reginaldo Puydinger secretariou os trabalhos.
Conforme o vereador Marquinhos, a pauta da reunião focou em prestar esclarecimentos aos donos de cotas desses terrenos – comercializados indevidamente, por não estarem devidamente registrados, segundo o Ministério Público de Catanduva, pela cooperativa habitacional - Associação Bom Pastor.
À época da comercialização, a entidade era presidida pelo Padre Osvaldo – atual Prefeito de Catanduva –, que contava com o apoio do Deputado Marcos Zerbini e de sua esposa Cleusa Zerbini.
Conforme o vereador Gouvea, são duas mil famílias esperando uma resposta há anos.
“Essas pessoas investiram suas economias”, observou o parlamentar, “muitas vezes, os únicos recursos que possuíam, na esperança de conquistarem a casa própria”.
Na ocasião, o advogado da Câmara, Wilton Carvalho, esclareceu as dúvidas dos associados. “Quero que todos entendam, ninguém tem lote. Não existe lote”, disse ele, de forma taxativa. “Vocês compraram cotas que, no caso de o loteamento ser aprovado, serão transformadas em terrenos”, concluiu.
Após algumas horas de explicações, o presidente da CEI propôs a formação de uma comissão (de até 10 pessoas) para acompanhar de perto o andamento do caso ´Bom Pastor´.
“Vamos nos unir e reivindicar uma solução do Judiciário, ainda para este ano. Chega de esperar. A cidade de Novorizonte está enrolada com um assunto parecido com este há mais de 15 anos. Não podemos permitir que o mesmo ocorra aqui”.
Por fim, o vereador foi enfático: “estamos unidos para resolver o problema, e não tumultuar. Não somos contra o loteamento. Somos contra a demora em entregar os lotes para vocês”, conclui Gouvea.
O outro lado da `moeda´
O Jornal de Domingo conversou, via WhatsApp, com o jornalista Richard Casal, secretário de Administração da Prefeitura de Catanduva.
Ele informou ao jornal, em primeira mão, que no próximo dia 25, às 19h30, na Paróquia da Imaculada, haverá uma reunião com as famílias que adquiriram os lotes/cotas da cooperativa habitacional.
Segundo Richard, o Padre Osvaldo (prefeito de Catanduva) participará do encontro, e está sereno para aclarar todas as dúvidas plausíveis, tanto dos associados (pessoas que participam do Projeto Bom Pastor) quanto da imprensa. “Tudo será esclarecido”, afirmou o secretário de Administração.
A equipe do JD faz questão de participar da reunião e, na oportunidade, entrevistar o Padre Osvaldo e algumas pessoas (que se sentirem à vontade para falar sobre o assunto), a fim de trazer, em primeira mão, respostas plausíveis no sentido de solucionar a situação dessas famílias.
Leia as próximas edições do Dossiê ´Bom Pastor´, no Jornal de Domingo, e saiba qual será o desfecho dessa intrigante história que envolve, dinheiro, fé, política e justiça, tornando o sonho de milhares de famílias pela conquista da Casa própria em pesadelo.
Entenda o Caso
O objetivo da Associação Bom Pastor, era concretizar o Projeto Habitacional de Interesse Social, visando a aquisição do loteamento com adesão do associado, no sentido de adquirir o lote com preço inferior ao de mercado.
Os representantes da entidade teriam elaborado termos de declaração de participação em compra coletiva. Os lotes foram vendidos por R$ 9.614 mil, pagos com entrada de 20% e mais 12 parcelas.
Na primeira etapa, 1,1 mil pessoas assinaram contratos de participação. A maioria dos compradores já quitou os pagamentos.
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