Leao XIV. Novo Papa é americano, seguidor de Santo Agostinho e fluente em espanhol
Pontífice pode fazer a ponte entre o radicalismo de Trump e o pacifismo do Vaticano

Por Roberto Lopes 12/05/2025 - 18h45min - 1 min de leitura
A escolha de um cardeal norte-americano, no momento em que o mundo tenta se adaptar ao estilo truculento do novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (no cargo há pouco mais de 100 dias) pode significar que a Igreja Cristã, pelas mãos dos seus Cardeais, tentou estabelecer um canal de entendimento com o presunçoso e agressivo chefe do Governo americano.
Leão XIV nasceu Robert Francis Prevost, 69 anos atrás, na importante cidade industrial de Chicago, no estado do Illinois. Contudo, em seu primeiro pronunciamento à multidão reunida na Praça de São Pedro, quarta-feira à tarde, preferiu falar nos idiomas italiano e espanhol.
Antes de servir no Vaticano, Prevost foi Bispo de Chiclayo, um centro populoso e pobre do interior do Peru.
O novo chefe da Igreja Católica começou seu primeiro discurso aos fiéis que correram para assisti-lo, propondo “uma paz desarmada e desarmante”. Contudo, na manhã desse dia, um ministro do Gabinete de Israel anunciou um esforço de seu país, no sentido de “acabar com Gaza”, a faixa de território, no Oriente Médio, que serve de quartel-general ao grupo terrorista do Hamas.
Em muitas passagens de sua breve mensagem ao mundo, Leão XIV recordou preocupações de seu falecido amigo, Papa Francisco, e logo fez um agradecimento explícito ao Papa recentemente desaparecido: “obrigado Papa Francisco”. A multidão que o assistia prorrompeu em aplausos frenéticos.
Por toda a Praça de São Pedro, a palavra que mais se ouviu foi “continuidade” ilustrando a aprovação dos católicos (1,4 bilhão de pessoas em todo o mundo) à liderança serena, humilde e piedosa do Papa morto na última semana de abril.
Inspirador de Prevost, Santo Agostinho é considerado o mais importante dos padres cristãos
Nascido a 13 de agosto de 354 D.C., em Tagaste, Norte da África, Santo Agostinho viveu e foi ordenado sacerdote em Hipona, atual Annaba, na Argélia.
Lá ele ascendeu na carreira religiosa, até se tornar Bispo de Hipona. Sua devoção á leitura e aos estudos permitiu que ele se convertesse no mais famoso teólogo e filósofo dos primeiros séculos do Cristianismo, sobrevivendo, dessa forma, à violência e à brutalidade do mundo medieval.
A Igreja comemora a sua data a 28 de agosto. Em agosto de 2013, o Papa Francisco referiu-se a ele como um homem “que comete erros, toma também caminhos equivocados, é um pecador, mas não perde a inquietação da busca espiritual”.
Outro Papa que homenageou de público a Santo Agostinho foi João Paulo II, na década de 1980.
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