Um grupo de dez peregrinos, chamados “Amigos na Fé” — sete de Ariranha, dois de Santa Adélia e um de São José do Rio Preto — concluiu, em julho, o tradicional Caminho da Fé. O percurso liga Águas da Prata (SP), no ramal oficial, até o Santuário Nacional de Aparecida. Foram quase 320 quilômetros percorridos em 13 dias de caminhada, entre trilhas, subidas e descidas íngremes, estradas de terra e trechos em rodovias.

 

A jornada, organizada e conduzida por Juninho Ricci, experiente no caminho, teve como companheiros sua esposa Priscielen Ricci, arquiteta; o presidente da Câmara, Julio da Farmácia; o vereador Rique Cardozo; a comerciante Elisângela (do Bar do Riccinho) e seu irmão Zé Antônio (Nenê), que conduziu o carro de apoio; Guilherme Villa (Mercado Amazonas); o casal Antônio Ângelo Caprio, o “Guru”, e Eliana Cristina Vieira; além de Norival Alves (Seu Nori), de 82 anos, que realizou a peregrinação pela quarta vez.

 

O percurso, que atravessa cidades mineiras e paulistas como Andradas, Ouro Fino, Estiva, Luminosa e Campos do Jordão, exige preparo físico, determinação e, acima de tudo, fé e superação. Cerca de 95% do trajeto é em terra batida, com muitas subidas e descidas íngremes.

 

“Gratidão é a ponte para a felicidade”, afirmam Juninho Ricci e Priscielen, que enxergaram a caminhada como uma experiência transformadora, ressaltando que coragem e fé são tudo o que precisamos para chegar onde desejamos. Julio, por sua vez, lembra os momentos difíceis: “Pensei em desistir, mas a força do grupo me manteve em movimento. A dor era física, mas a força era coletiva.”

 

Seu Nori, que já havia feito o caminho anteriormente sem apoio, apelidou o grupo de “Nutella” ao ver o tamanho das malas, mas logo retirou o apelido ao presenciar a união, superação, oração e coragem dos companheiros. “Grupo sensacional”, declarou.

 

Com médias diárias entre 25 e 30 quilômetros, o grupo dormiu em pousadas simples e se alimentou de comida caseira. A chegada ao Santuário de Aparecida foi marcada por celebrações — orações, lágrimas e a sensação de missão cumprida.

 

Criado em 2003 e inspirado no milenar Caminho de Santiago de Compostela, o Caminho da Fé é um dos principais destinos para quem busca não só uma jornada física, mas também espiritual.

 

Seguindo sempre as setas amarelas e a sinalização específica da trilha, o peregrino reforça seu propósito, observando a natureza privilegiada, as capelas dos devotos com graças alcançadas e as plaquinhas com frases motivacionais, superando as dificuldades do caminho, que é a síntese da própria vida.

 

O Caminho não se explica...